Tijolos de adobe e rejeito: projeto apresenta soluções sustentáveis para o uso de rejeitos de mineração em materiais construtivos.
Dando sequência ao 4º ciclo do Conhecimento em Pauta, o CIT traz mais uma entrevista sobre os desdobramentos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). Nesta edição, a pesquisadora Dra. Júlia Neves Teixeira compartilha o trabalho desenvolvido no projeto “Aplicabilidade do Rejeito de Mineração para a Produção de Materiais Construtivos”, que propõe soluções inovadoras e sustentáveis para o uso dos rejeitos de mineração.
Durante a entrevista, Júlia apresenta os principais aspectos da pesquisa, que explora o uso de rejeitos de mineração combinados com resíduos como o bagaço de cana-de-açúcar, e materiais de reforço, como a baba de cupim sintética, para a produção de adobes – tijolos com propriedades físicas e mecânicas aprimoradas. Essa abordagem oferece uma alternativa sustentável e econômica para a produção de materiais construtivos, aproveitando rejeitos que, de outra forma, permaneceriam como passivos ambientais.
Além de seus benefícios ambientais, o projeto possui um forte viés social, ao ter incluindo as comunidades locais no processo produtivo. Através de capacitações e treinamentos, as comunidades atingidas puderam aprender a produzir os adobes de forma autônoma, possibilitando a geração de emprego e renda.
Outro ponto abordado na entrevista é a complexidade técnica do projeto, especialmente no que diz respeito à avaliação da toxicidade dos rejeitos de mineração. O estudo incluiu análises químicas detalhadas para identificar a presença de substâncias nocivas, como metais pesados, que podem comprometer a segurança do material. Em paralelo, foram realizadas diversas experimentações com o bagaço de cana e a baba de cupim sintética para aprimorar as propriedades dos adobes, como densidade, resistência e durabilidade.
O projeto apresentou resultados promissores, com adobes que superam as expectativas de desempenho em comparação aos materiais convencionais utilizados na construção civil. Além disso, a abordagem sustentável contribui para a redução de resíduos no meio ambiente, representando uma alternativa viável para o setor construtivo.
Convidamos você a assistir à entrevista completa com a Dra. Júlia Neves aqui e também a cartilha elaborada pelo projeto aqui. Essa é uma excelente oportunidade para entender como a pesquisa científica está sendo aplicada para solucionar problemas ambientais e sociais complexos, com impactos diretos nas comunidades afetadas pelo desastre de Mariana.
