Avaliação de ecossistemas aquáticos atingidos pela lama de rejeito do colapso da barragem de Fundão, Mariana-MG: uma perspectiva via sensoriamento remoto
Estudos dos acadêmicos Avaliação de ecossistemas aquáticos atingidos pela lama de rejeito do colapso da barragem de Fundão, Mariana-MG: uma perspectiva via sensoriamento remoto
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Título
Avaliação de ecossistemas aquáticos atingidos pela lama de rejeito do colapso da barragem de Fundão, Mariana-MG: uma perspectiva via sensoriamento remoto
Autor
Keyla Thayrinne Oliveira Coimbra
Descrição
O colapso da barragem de Fundão em Mariana (MG), em 05 de novembro de 2015, gerou uma avalanche de rejeito que atingiu todo curso do rio Doce e seus principais afluentes, incluindo os rios Gualaxo do Norte e do Carmo. A avalanche teve grande poder de destruição. Soterrou todo distrito de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo. Perdeu energia somente quando alcançou a região da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (UHRN), 136 km a jusante de Fundão. Nesse local, 80% do rejeito de Fundão foi retido pela barragem da usina. A lama que atravessou esse obstáculo alcançou a foz do rio Doce, no Espírito Santo, dias depois. Grande parte das áreas atingidas ainda possui uma disposição de rejeito nas margens e no leito dos principais cursos d'água. Após quatro anos, em episódios de chuva, esse material continua sendo carreado para a calha do rio. Fica, assim, disponível no meio ambiente e representa uma grande ameaça para o ecossistema, biodiversidade e saúde humana. Nessa tese, o objetivo geral da pesquisa foi estabelecer critérios de monitoramento ambiental em múltiplas escalas e compreender a dinâmica dos sistemas fluvial e costeiro atingidos pela lama. Para tanto, foram gerados parâmetros bio-ópticos e indicadores de qualidade da água, extraídos de dados de sensoriamento remoto orbital. Em escala continental, a série histórica de dados e produtos derivados do sensor multiespectral MODIS (satélites Terra e Aqua; pixel de 1km) foi utilizada para obter representações espaço-temporais da pluma de sedimentos do Rio Doce e região costeira. Os indicadores foram utilizados para avaliação das propriedades ópticas aparentes e componentes opticamente ativos da água após o colapso e, subsequentemente, comparados com aqueles abstraídos de um evento natural extremo, ocasionado por um ciclo de precipitação atípica que atingiu a região em 2013. Os resultados indicam que ambos os eventos têm efeitos consideráveis sobre a penetração de luz na coluna de água, mas com intensidade e durações distintas. Em escala de semi-detalhe, uma série temporal de imagens de 30 m de resolução
espacial do sensor OLI/Landsat-8, adquiridas pré e pós-colapso da barragem, foram utilizadas para quantificar as áreas afetadas e verificar se o material do rio Doce alcançou a região do Arquipélago de Abrolhos (na costa do Estado da Bahia). Os resultados indicam uma tendência crescente de material particulado em suspensão (SPM) nessas regiões entre 2015 e 2019.
Durante o verão, a pluma de sedimentos do rio Doce foi direcionada para o Sul, porém, no inverno, ocorreram mudanças nos padrões de direção do vento. Nesse episódio, a pluma de sedimentos foi invertida para o Norte, alcançando grandes proporções da costa e, possivelmente, atingindo o Arquipélago de Abrolhos. Na região onshore atingida pelo colapso, os esforços foram direcionados para avaliação detalhada de três importantes reservatórios do rio Doce. O objetivo foi analisar o avanço da eutrofização da água após o colapso. A metodologia consistiu na parametrização do Material Particulado em Suspensão (SPM), Zona Eufótica (Zeu) e Clorofila-a (Chl-a) via imagens do sensor OLI/Landsat-8. A série temporal analisada compreende dados de 2013 a 2019. Os resultados mostraram mudanças significativas na concentração de Chl-a, após o colapso. O avanço do estado trófico dos reservatórios pode estar associado aos contaminantes espalhados pela lama de rejeito.
Ano da publicação
2020
Palavras-chave
Sensoriamento remoto; Rio Doce; colapso de barragem de Fundão; arquipélago de Abrolhos; indicadores de qualidade da água.
Tema
Ecossistemas aquáticos e sensoriamento remoto
Idioma
Português
Estado
São Paulo
Editor
Instituto de Geociências - Universidade Estadual de Campinas
Tipo de Dano
Meio Ambiente | Rejeitos
Tipo de documento
Tese