Descrição
No dia 5 de novembro de 2015, ocorreu o maior desastre ambiental no Brasil provocado pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana-MG. As análises da qualidade da água no Rio Doce, região de Minas Gerais, ao longo de duas décadas, demonstraram que existia contaminação de alguns metais, mas que foi potencializada no período imediato após o rompimento da barragem. Este estudo busca apresentar e avaliar dados de amostras de água para consumo humano realizado por estruturas de Vigilância em Saúde Ambiental nas Estações de Tratamento de Água de Aimorés, Alpercata, Galiléia, Governador Valadares, Itueta, Resplendor e Tumiritinga, impactadas pelo rompimento da barragem entre os anos de 2015 a 2019. Foram analisados os parâmetros alumínio, antimônio, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cromo, cobre, ferro, manganês, mercúrio, níquel, selênio, sódio, zinco, coliformes totais, Escherichia coli, cloro residual livre e turbidez, com resultados de não conformidade para cloro residual livre, turbidez, manganês total, alumínio e ferro total, coliformes totais e Escherichia coli. Complementarmente, os dados foram discutidos e comparados com a série histórica do monitoramento da qualidade da água do Rio Doce realizado pelo IGAM/MG. Considerando-se o período de quatro anos após o rompimento, os resultados sugerem eficiência do tratamento, entretanto, recomenda-se maior planejamento e adequação dos processos de tratamento e gestão, tendo em vista as características dinâmicas da água após um desastre ambiental.